O céu é mais que um pano de fundo no palco da vida...

Crescem as sombras em sugestões de pinturas.

Outono colorido...

...onde as folhas dançam e as árvores sorriem.

Andam no ar carícias vaporosas...

... Como pálidas sedas.

Era tão linda a "caravela"... Que logo me apeteceu saltar para ela!

À espera de uma maré profunda... Que chegou depois...

Flor de sal.

Abraço... Numa noite de verão.

Venham ver como dão mel...

Para uma boa feijoada... Já só falta o resto!

Dentro do silêncio.

À espreita, no parapeito da alma!

Mágica... Um suspiro da memória!

O uso que se dá às coisas!

Desertificação do interior... Uma imagem vale por mil palavras.

Trabalho por turnos!

Enquanto o Sol dorme... A Lua trabalha! 

Aprender a ver... O Porto!

O mesmo olhar, depois de dar um passo em frente! 

Quarto Minguante.

Uma cegonha com a sua prole.

Da Arrábida à Serra do Pilar...

Apenas meio sorriso!

Da minha janela, por uma nesga entre as nuvens, lá consegui, por instantes, observar o fenómeno.

Como é que será viver no mundo da Lua?!

Ando de luas.

Suspensa no céu, troca com o sol o sorriso. 

Quarto crescente

As linhas com que me coso.

Rosa?! Ou laranja?!

O retrato

Conjugação do verbo "Subir".

De candeias às avessas

Um fresta sobre Lisboa

Abrir todas as portas...

... E aprender a olhar!

O resultado de uma longa transformação.

Do ovo à concretização de um sonho: Voar!

Sol, à tardinha!

Preciosa, encantadora, gosto de a ver assim…Banhada por um sol suave de um fim de tarde primaveril. 

Ecos de uma cidade... Que me acolheu!

Capela do Senhor da Pedra

Um mar de primavera

Viver!

Pedaços que ficam!

Horas que passam...

Ao final de tarde...

... Permanece a liberdade no voo partilhado de um bando de gaivotas. 

Viajo num comboio encantado.

A viagem será sempre um fado incontornável, um momento transitório, precário, apenas um fugaz instante roubado à eternidade. 

Descrevendo o pôr do sol... Os ténues raios de luz incidem em peles suadas e corpos cansados... Não escolhi os companheiros desta viagem. 

Silêncio

Não gosto de multidões!

A ingénua graça de uma inocência distraída.

"...Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?..."
(Fernando Pessoa)

Sereneidade

Apagaram-me o Sol, roubaram-me a Lua... Enquanto a Lua não surge, vivo perdido, confuso... Caminho pelo trilho que a luz do candeeiro emana. Caminho na penumbra ... Que posso fazer?... Sonhar?... Viver?... Seguir em frente e tentar sonhar que o destino será breve!

Os olhos cruzaram-se... Os pés caminharam lado a lado, de mãos dadas. Conversaram... Com palavras e silêncios... 

Mas é preciso mais que isso para haver entendimento!

Fico a vê-la partir. A viagem acabou!Nunca mais seremos os mesmos!...

Volto ao meu silêncio, ao meu caminho sem trilho de Lua... Apenas sobre a penumbra do candeeiro.

Noites de estio!

Agradam-me as ruas desertas.

Abram as portas!

Prazeres... Amarelos.

Apre!... Que ultrapassagem!

"No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada,
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada..."
(Zeca Afonso)

A viagem.

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé no marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
( Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar

O velho paraíso

Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
(Miguel Torga)